Meu falecido pai não deixava
passar um só gambá batido.
À panela, o pobre bicho, levava,
cozia e comia num zás o fedido.
Ainda vinha e me oferecia,
mas nem matando eu comeria.
Dizia-me ter gosto de galinha,
a iguaria a empestear toda a cozinha.
Eu falava: “Não quero nem saber,
isso não como, prefiro morrer.”
Ele dava de ombros e só ria.
Sobrava mais para ele comer.
Então, beleza, era só alegria.
Menos pro gambá que tudo fedia.