Há quinze anos!

Há quinze anos vi teu rostinho,
Primeira visão de ti, ternura!
Um anjo que Deus me deu
Me abençoando a cada dia,
Em cada sorriso,
Em cada olhar.
Filha, és um presente!
Uma graça, um consolo.
Contigo o meu viver
Tornou-se mais leve.
Ser tua mãe é ser abençoada!
E nunca jamais esqueças
O quanto por mim és amada!
Te amo para sempre!
Te amo para eternidade!
Deus abençoe tua vida
E a encha de felicidade!

O gambá

Meu falecido pai não deixava
passar um só gambá batido.
À panela, o pobre bicho, levava,
cozia e comia num zás o fedido.

Ainda vinha e me oferecia,
mas nem matando eu comeria.
Dizia-me ter gosto de galinha,
a iguaria a empestear toda a cozinha.

Eu falava: “Não quero nem saber,
isso não como, prefiro morrer.”
Ele dava de ombros e só ria.

Sobrava mais para ele comer.
Então, beleza, era só alegria.
Menos pro gambá que tudo fedia.